INSTITUTO PORTUGUÊS DO SANGUE Preâmbulo
Sendo o sangue um produto biológico e, por isso, não isento de riscos, impõe-se a utilização de todos os meios disponíveis para diminuir a transmissão depotenciais infecções.
A modificação dos hábitos sócio-culturais nas sociedades modernas e aprobabilidade de propagação de novas doenças emergentes que podem sertransmitidas pelo sangue, obriga-nos a dar especial atenção à selecção de
dadores-desde a informação ao dador até ao exame médico-que juntamentecom os testes de rastreio das unidades colhidas assume um papel derelevância na segurança e qualidade dos componentes sanguíneos at r a n s f u n d i r.
A dádiva benévola, a selecção criteriosa dos dadores de sangue, os testes derastreio seguros e fiáveis e a correcta obtenção e utilização dos componentessanguíneos, são os meios de que dispomos para garantir a boa prática damedicina transfusional.
A existência de uma população de dadores voluntários e não remunerados,provou e é hoje aceite como um dos meios fundamentais para minimizar orisco de transmissão de doenças pelo sangue. Podemos dizer que a selecçãodos dadores de sangue é a pedra chave de que nos podemos servir paraprevenir a transmissão de potenciais agentes causadores de doença nor e c e p t o r.
Este manual foi elaborado com o objectivo de tentar uniformizarprocedimentos nos serviços de colheita, nomeadamente no que respeita àselecção de dadores de sangue, à colheita e transporte de sangue. Não sendode modo nenhum exaustivo, pretende ser um documento básico de referênciaque sirva de guia prático de consulta para os critérios de selecção de dadores,colheita e transporte de sangue, para todos os profissionais envolvidos na área
Todos os comentários e críticas serão bem vindos e tidos em conta paraactualização aquando da revisão deste manual.
Para finalizar, uma palavra de agradecimento para todos os que colaboraramna discussão e organização deste manual. Agradecimento
O Grupo de Trabalho agradece os contributos de todos os colegas queparticiparam na realização deste manual:
Dra. Regina Pereira, Directora Adjunta do Serviço de Imuno-Hemoterapia do Hospital de S. João, Porto
Dra. Margarida Amil, Assistente Graduada de Imuno-Hemoterapia doHospital de Santo António, Porto
Dr. António Magalhães, Assistente Graduado de Imuno-Hemoterapia do
Dra. Marina Costa, Assistente de Imuno-Hemoterapia do Hospital deSão Teotónio, Viseu
Dra. Ema Margarida Antunes, Assistente Graduada de Imuno-
Hemoterapia, Hospital de São José, Lisboa
Dr. Carlos Falcão, Director do Serviço de Imuno-Hemoterapia doHospital Garcia de Orta, Almada
Dra. Anabela Barradas, Directora do Serviço de Imuno-Hemoterapia doHospital Fernando Fonseca, Lisboa
Dr. Américo Ferreira, Director do Serviço de Imuno-Hemoterapia doHospital da Cruz Vermelha Portuguesa, Lisboa
Dr. José Esteves, Assistente de Imuno-Hemoterapia do Hospital de EgasMoniz, Lisboa
Dra. Maria João Melo, Directora do Serviço de Imuno-Hemoterapia doHospital Distrital de Faro
INSTITUTO PORTUGUÊS DO SANGUE I-CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DE DADORES DE SANGUE Sumário Preâmbulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3
Agradecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
I - Critérios de Selecção de Dadores de Sangue . . . . .11 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 A - Critérios Gerais para Dádiva de Sangue Total . . . . . . . .17
Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
Peso corporal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
Volume de colheita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
Frequência/intervalo entre dádivas . . . . . . . . . . . . . . . . .17
Aspecto geral e comportamental do dador . . . . . . . . . . .17
Pulso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
Tensão Arterial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
Hemoglobina ou Hematócrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
Actividades perigosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
B – Critérios de Eliminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
Doenças Cardiovasculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
Doenças Pulmonares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
Doenças Digestivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
Doenças Renais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
Doenças Neurológicas e Mentais . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Doenças Endócrinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Doenças Hematológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Doenças Neoplásicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22
Doenças Auto-imunes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22
Cirurgias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22
Enxertos e Transplantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22
Doenças Infecciosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Comportamentos de risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
Medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
C – Critérios de Suspensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
Doenças Cardiovasculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
Doenças Pulmonares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
Doenças Digestivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
Doenças Renais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
Doenças Hematológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
Cirurgias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
História Obstétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
Actos invasivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
Actos Médicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26
Doenças Infecciosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26
Comportamentos de risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27
Paludismo/Malária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27
Imunizações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28
Medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28
II - Procedimentos de Colheita de Sangue Total e Transporte de Componentes Sanguíneos
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35
A – Procedimentos de Colheita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36
Locais para colheita de sangue . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36
Equipamento/material utilizado para colheita de sangue .36
Preparação para a colheita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
Verificação dos sacos e tubos de colheita . . . . . . . . . . . .37
Rotulagem dos sacos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
Identificação do dador antes da colheita de sangue . . . .38
Preparação para a Flebotomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38
Flebotomia/Colheita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
Finalização da colheita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40
Selagem da tubuladura do saco de colheita . . . . . . . . . .41
Situações especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
B – Procedimentos de Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42
Material a utilizar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42
Transporte de componentes sanguíneos . . . . . . . . . . . . .44
Anexo I - Informação para dadores de sangue . . . . . . . . . .45
- Questionário médico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48
Anexo II - Lista de Países onde existe Paludismo/Malária . . .52 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55 INSTITUTO PORTUGUÊS DO SANGUE I-CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DE DADORES DE SANGUE INSTITUTO PORTUGUÊS DO SANGUE I-CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DE DADORES DE SANGUE Grupo de Trabalho:
Ofélia Alves, Chefe de Serviço de Imuno-Hemoterapia do Centro Regional deSangue do Porto
Fernanda Alves, Assistente Graduada de Imuno-Hemoterapia do CentroRegional de Sangue de Coimbra
Leonilde Outerelo, Assistente Graduada de Imuno-Hemoterapia do CentroRegional de Sangue de LisboaI - CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DE DADORES DE Introdução
Considerando o Tratado de Amesterdão que institui a Comuni-dade Europeia, do qual Portugal faz parte como Estado-Membro,e tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu no que res-peita à elegibilidade de dadores de sangue e rastreio das dádivas,segurança e auto-suficiência da Comunidade de modo a garantira segurança da cadeia da transfusão e a promover a referida auto-suficiência, salientamos:
O princípio da dádiva voluntária e não remunerada com base nainformação e formação dos elementos da Comunidade e a suadivulgação nos curricula escolares.
A dádiva de sangue como acto voluntário não remunerado envol-vendo princípios médicos e éticos de modo a proteger a saúde querdo dador quer do receptor, conforme disposto no Regulamentosobre a Transfusão de Sangue publicado no Diário da República,
Despacho 19/91 de 12/ 09/91, do Ministério da Saúde.
Para garantir a qualidade e a segurança máximas atingíveis dosangue a transfundir, todas as etapas, desde a selecção criteriosa
dos dadores de sangue até à administração dos componentessanguíneos, devem ser executadas de acordo com os critérios dequalidade aceites internacionalmente: Conselho da Europa-CE,União Europeia-UE, Associação Americana de Bancos de Sangue-AABB e Organização Mundial de Saúde-OMS.
A observação dos dadores de sangue é obrigatoriamente realizada
por um médico com formação e treino específico na selecção dedadores, em espaço individualizado de modo a garantir a confi-dencialidade do acto médico.
A relação médico/dador deve permitir a este expressar-se livre-mente e com sentido de responsabilidade, respondendo comverdade às questões que lhe são colocadas.
As situações de suspensão ou eliminação requerem uma
informação correcta aos dadores, de modo a que estes fiquem bemesclarecidos e não tentem efectuar nova dádiva noutro local.
Os dadores com alterações clínicas e/ou analíticas são orientadospara o médico assistente e/ou da especialidade.
A selecção criteriosa dos dadores de sangue e os testes analíticosefectuados às unidades colhidas devem garantir a máximasegurança dos componentes sanguíneos.
Todas as situações não previstas bem como as excepções a estemanual são da responsabilidade médica e devem ser claramentejustificáveis.
Este manual será sujeito a revisões periódicas. Actividades perigosas
Condutores de comboios e veículos pesados
Trabalhadores em andaimes e instalações eléctricas
Aguardar 12-24 horas para reiniciar a actividade
B – Critérios de Eliminação
No sentido de assegurar a protecção da saúde do dador e garantira máxima segurança e qualidade dos componentes sanguíneospara utilização terapêutica, deve ser feita a avaliação clínica eanalítica pré-dádiva de modo a assegurar o bem-estar físico epsíquico do dador, bem como minimizar o risco de transmissãode agentes infecciosos no receptor. Doenças Cardiovasculares
Bloqueio aurículo-ventricular do 2º. e 3º. Graus
Sequelas cardíacas de reumatismo articular agudo
Doenças Pulmonares
Lobectomia com sequelas (capacidade respiratória reduzida)
Doenças Digestivas
Doença inflamatória crónica do intestino (D. Crohn, rectocoliteú l c e r o - h e m o r r á g i c a )
Doenças Renais Doenças Neurológicas e Mentais
Doença de Creutzfeldt-Jakob e variante; antecedentesfamiliares de 1º. Grau com doença
Alterações degenerativas e inflamatórias crónicas do S.N.C. Doenças Endócrinas
Receptores de hormona de crescimento, pituitária, ougonadotrofina de origem humana ou animal. Doenças Hematológicas
Doenças hematológicas graves e /ou crónicas
Doenças Neoplásicas
Todos os tumores malignos incluindo o carcinoma “in situ”
Doenças Auto-Imunes Cirurgias Enxertos e Transplantes
Transplantes e enxertos homólogos incluindo córnea, dura-
máter, osso, pele, tímpano e válvulas.
Receptores crónicos de componentes sanguíneos e hemo-derivados
Doenças Infecciosas
Anti-HBc repetidamente positivo com Anti-HBs negativo
Portadores crónicos de Salmonella Typhi e Paratyphi
Comportamentos de risco
Pessoas cujo comportamento sexual implique um elevado riscode transmissão de doenças infecciosas, incluindo pessoas que
tenham tido relações sexuais em troca de dinheiro ou de drogas.
Utilizadores alguma vez na vida, mesmo que ocasionais, dedrogas ilícitas EV
Utilizadores habituais de drogas ilícitas inaladas, fumadas ouorais
Sendo homem, tenha tido contactos sexuais com homens oucontactos bissexuais
Parceiros(as) sexuais ou convívio directo de:
- receptores crónicos de componentes sanguíneos e hemo-
Medicamentos
Hormona de crescimento, pituitária ou gonadotrofina deorigem humana ou animal
C – Critérios de Suspensão Doenças Cardiovasculares
Tromboflebite - adiar 6 meses após fim de terapêutica
Doenças Pulmonares
Contactos directos com doentes com tuberculose
pulmonar activa - adiar 1 ano após fim da profilaxia
Pneumopatia com internamento - adiar 6 meses
Doenças Digestivas
Úlcera gastroduodenal - adiar 3 meses após cura
Gastroenterite - adiar 15 dias; se Yersínia enterocolítica - adiar6 meses
Doenças Renais
Infecção urinária - adiar 15 dias após cura
Glomerulonefrite aguda sem sequelas - adiar 5 anos apóscura
Doenças Hematológicas
Beta-talassemia - portadores heterozigóticos de Beta-talassemiapodem ser aceites desde que estejam em boas condições desaúde e tenham valores de hemoglobina compatíveis para ad á d i v a . Cirurgias História Obstétrica
Aleitamento - adiar 3 meses após cessar o aleitamento
Actos Invasivos
Acupunctura - adiar 12 meses, excepto se agulhas do próprio
Exposição acidental a sangue ou instrumentos com sangue -adiar 12 meses
Actos Médicos
Transfusão de sangue homólogo - adiar 12 meses
Exames complementares de diagnóstico como TAC com esem contraste, Ressonância magnética, Radioisótopos,
Electromiogramas - adiar até resultado diagnóstico. Doenças Infecciosas
Febre Reumática - adiar 2 anos se não houver sequelascardíacas
Toxoplasmose - adiar 2 anos após cura e ausência de IgM
Hepatite A - adiar 3 meses após normalização das análisese/ou aparecimento de anti-VHA
Mononucleose Infecciosa - adiar 6 meses após cura
Contacto íntimo com doentes com Mononucleose Infecciosa -adiar 6 meses
Eritema infeccioso - Parvovírus - adiar 6 meses após cura
Zona - Varicela Zooster - adiar 6 meses após cura
Tosse convulsa - adiar 3 meses após cura
Comportamentos de risco
Contactos sexuais com pessoas cujo comportamentoimplique um elevado risco de transmissão de doençasinfecciosas - adiar 12 meses
Múltiplos(as) parceiros(as) sexuais - adiar 12 meses
Novo(a) parceiro(a) sexual - adiar 6 meses
Paludismo/Malária
Residentes em zona endémica, com ou sem sintomas - adiar3 anos
Viagem a zona endémica sem sintomas com profilaxia - adiar1 ano, na ausência de episódio febril
Viagem a zona endémica sem sintomas e sem profilaxia -adiar 6 meses, na ausência de episódio febril
Profilaxia mas com adiamento da viagem - adiar 1 mês apósúltima toma do anti-palúdico
Visita a zona endémica da D. de Chagas - adiar 6 meses
Imunizações
Vacinas com germens mortos ou anatoxinas - adiar 48 horas
Vacinas com germens atenuados - adiar 4 semanas
Rubéola, Sarampo, Parotidite, Febre Tifóide, Cólera
Administração IM /IV de Gamaglobulinas
Gamaglobulina Hiperimune - para Hepatite B
Medicamentos
Corticosteróides - adiar 1 mês após última toma ou infiltraçãointra-articular
Tetraciclinas - adiar 1mês após última toma
Tratamento anti-androgénico – adiar 1 mês após última toma
Finasteride (Proscar, Propécia) – adiar 1 mês após última toma
Neurolépticos - se associação de 2 ou mais, adiar 1 mês apósúltima toma
Anticoagulantes - adiar 1 mês após última toma
Inibidores do apetite - adiar 1 mês após última toma
Isotretinoína (Roaccutan) - adiar 1 mês após última toma
Acitetrina (Neotigason) - adiar 3 anos após última toma
Vitamina A dose superior a 25000 U/dia - adiar 1 mês apósúltima toma
Colchicina - adiar 1 mês após última toma
Anti-inflamatórios não esteróides - adiar 72 horas para opçãode separação de plaquetas
Terapêutica com ferro - adiar 6 meses após última toma
INSTITUTO PORTUGUÊS DO SANGUE II-PROCEDIMENTOS DE COLHEITA DE SANGUE TOTAL E TRANSPORTE DE COMPONENTES SANGUÍNEOS INSTITUTO PORTUGUÊS DO SANGUE II-PROCEDIMENTOS DE COLHEITA SANGUE TOTAL E TRANSPORTE DE COMPONENTES SANGUÍNEOS Grupo de Trabalho
Maria Leopoldina Gonçalves, Enfª. Especialista do Centro Regional de
Armindo Apóstolo, Enfº. Chefe do Centro Regional de Sangue deCoimbraMaria Pena Reis, então, Enfª. Chefe do Centro Regional de Sangue deLisboaII - PROCEDIMENTOS DE COLHEITA DE SANGUE TOTAL E TRANSPORTE DE COMPONENTES SANGUÍNEOS Introdução
Na sequência de uma criteriosa selecção de dadores, as boaspráticas de colheita e de transporte de componentes sanguíneosfazem parte integrante e fundamental da garantia de qualidade daMedicina Transfusional.
É objectivo deste trabalho enumerar um conjunto de recomenda-ções aplicáveis à colheita, transporte de sangue e seus com-ponentes de modo a garantir o nível máximo de qualidade dosprodutos sanguíneos lábeis.
Apesar de sucinto, pretende ser um instrumento base de consulta,adaptável às diferentes realidades dos serviços de colheita.
É nosso objectivo fazer as adaptações necessárias de acordo coma evolução técnico-científica na área da transfusão de sangue. A – Procedimentos de Colheita
Pretende-se neste capítulo desenvolver os procedimentos de colheitaa efectuar a dadores de sangue. Locais para colheita de sangue
Os locais para colheita de sangue devem satisfazer os seguintesrequisitos:
boa iluminação, preferencialmente luz natural;
dimensão adequada, amplo, facilitando a mobilidade de todaa equipa e dadores;
arejamento/ventilação natural ou artificial;
temperatura ambiente adequada/ar condicionado;
abastecimento de água, luz e saneamento;
pavimento e paredes laváveis; chão não escorregadio;
fácil acesso para carga e descarga do material. Equipamento / material utilizado para colheita de sangue
Todo o material e equipamento utilizado deve estar em bom estadode limpeza e conservação:
Nota: A disposição do equipamento será sempre feita de acordo com a
área da sala ou salas disponíveis para a colheita. Preparação para a colheita
Recepção/atendimento personalizado do dador, com instalaçãoem maca ou cadeira. Verificação dos sacos e tubos de colheita
Aspectos a verificar antes da sua utilização:
Observação exterior do saco principal, sacos satélites etubuladura (ruptura, dobras, colapso, humidade exterior).
Coloração e textura das soluções anticoagulante/conservante.
Aspecto e quantidade de anticoagulante presente. Rotulagem dos sacos
Saco principal ou de colheita deve conter:
número de dador ou na sua ausência as iniciais do nome;
número de dador ou na sua ausência as iniciais do nome;
saco satélite para plaquetas com data de validade.
As indicações colocadas no saco devem ser efectuadas com letralegível em local apropriado de forma a manter visíveis asinformações presentes no rótulo dos sacos. Verificar se o número de colheita colocado nos diversos sacos
Identificação do dador antes da colheita de sangue
Perguntar ao dador o nome completo e a data de nascimento;verificar se estes dados correspondem aos dados inscritos no pro-cesso do dador.
Verificar se o número de colheita e o número de dador, queconstam na rotulagem dos sacos, correspondem aos números decolheita e de dador do processo. Preparação para a Flebotomia
Colocação do braço seleccionado / selecção da zona de punção:
Colocar o braço seleccionado em posição adequada.
Pedir ao dador que feche a mão exercendo pressão.
Examinar cuidadosamente a zona da fossa antecubital dobraço, certificando-se da ausência de lesões dérmicas.
Eleger, sempre que possível, a veia cefálica ou mediana atravésde visualização e/ou palpação.
O garrote deve ser colocado a uma distância aproximada-
mente de 8 a 10 cm acima do local seleccionado para aflebotomia.
A pressão utilizada deve ser suficiente para impedir o retorno
venoso. Se necessário poderá ser utilizada a braçadeira doesfigmomanómetro elevando a pressão até cerca de 40/60mmHg.
Lavagem e desinfecção do local de venopunção:
Usar compressa embebida em solução de lavagem e aplicá-lavigorosamente em movimentos centrífugos espiralados numcírculo de cerca de 6 cm.
Deixar actuar a solução cerca de 2 minutos.
Repetir o procedimento anterior com compressa esterilizada em-bebida em solução desinfectante. Flebotomia/Colheita
Pinçar a tubuladura a uma distância de cerca de 30-40 cm daagulha.
Retirar a cápsula da agulha e verificar que o bisel se encontravoltado para cima, verificando a ausência de corpos estranhos.
Efectuar a flebotomia mantendo a agulha num ângulo de 15 a 30graus de inclinação com o braço, efectuando o procedimento numgesto único.
Retirar a pinça/desclampar tubuladura.
Colocar 2 faixas de adesivo tendo o cuidado de fixar pelo interiordo antebraço.
Verificar que a tubuladura não formou pregas.
Misturar o sangue com o anticoagulante.
Se for necessário mais de uma punção (e se o dador o permitir),utilizar sempre outro saco.
Colocar os sacos de colheita em balanças/agitadores adequadose previamente calibrados.
Agitar bem inicialmente, e ao longo da colheita, certificando-sede uma boa mistura com o produto anticoagulante.
Na utilização de agitador automático, certificar-se do seu bomfuncionamento.
A duração da colheita não deve ser inferior a 4 minutos nemsuperior a 8/10 minutos.
O volume a retirar ao dador deve ser de 450 ml ± 10% de sangue. Situações particulares serão especificadas pelo médico. Finalização da colheita
Colocar compressa embebida em solução desinfectante no localda punção sem exercer pressão.
Retirar agulha pedindo ao dador que pressione o local davenopunção com o uso dos dedos indicador e médio sem dobraro braço e elevando-o ligeiramente.
Pedir ao dador para manter a mesma posição cerca de 5 a 10
Verificar que não há sinais de hemorragia pelo local de flebo-tomia e colocar penso rápido .
Verificar se o dador se sente bem e encaminhá-lo para uma pequenar e f e i ç ã o . Selagem da tubuladura do saco de colheita
Realizar uma primeira selagem da tubuladura junto à pinça dolado do saco.
Destacar a agulha com cuidado e introduzi-la de imediato nocontentor biológico.
Fazer a expressão da tubuladura para o saco.
Agitar o saco mantendo o alicate apertado, certificando-se deuma boa mistura.
Permitir que a tubuladura se repreencha desta vez já com osangue misturado com o anticoagulante.
Iniciar a segmentação da tubuladura na extremidade oposta aosaco. Situações especiais
Dificuldade de visualização ou palpação de veias:
Pedir ao dador para abrir e fechar a mão várias vezes depoisde aplicado o garrote.
Descer o braço abaixo do nível pré-estabelecido.
Massajar o braço desde o punho até à região antecubital.
Bater suavemente com os dedos na zona de punção. Nota: Se nenhuma destas manobras for eficaz, não fazer colheita, explicar ao dador a dificuldade encontrada e registar no processo do dador.
Em caso de suspeita de punção arterial, suspender de imediatoa colheita, exercer pressão firme durante 10 minutos. Verificara presença de pulso radial. Vigiar atentamente o dador durante30 minutos.
Procurar manter o dador calmo explicando-lhe o motivo dacolheita ser demorada.
Verificar se o bisel da agulha está na posição correcta.
Suspender a colheita se necessário (mais de 12 minutos).
Identificar a unidade como "Colheita Lenta".
Registar no processo do dador a causa que motivou a colheitalenta. B - Procedimentos de Transporte Material a utilizar:
As placas de Butano-Diol, assim como os contentores isotérmicos,devem estar em bom estado de conservação e limpeza e serem deutilização específica.
Permitem o acondicionamento e manutenção das unidades a umatemperatura de aproximadamente 20°C, tendo uma autonomia de
24 horas e uma capacidade de 8 unidades por placa.
Antes da utilização das placas de Butano-Diol deve-se proceder àsua refrigeração:
Colocar as placas entre 4 a 8°C durante o tempo mínimo de 6horas, aguardando 30 minutos antes da utilização ou colocarà temperatura de –20°C durante o tempo mínimo de 1 hora,aguardando 2 horas antes da utilização.
Colocar o saco de sangue na placa logo após a colheita com orótulo voltado para cima.
Colocar 6 a 7 unidades dentro de cada cesto e mantê-las à tem-peratura ambiente para arrefecimento.
Numerar os cestos por ordem crescente das colheitas.
Colocar os cestos nos contentores isotérmicos.
As unidades de sangue colhidas nos Serviços devem ser colo-cadas em placas de Butano-Diol e encaminhadas para o res-pectivo Sector de Separação de Componentes.
As unidades colhidas em Brigada Móvel devem ser transportadaso mais breve possível para se efectuar o seu processamento,
acompanhadas da identificação da brigada e do número de uni-dades colhidas. Transporte de Componentes Sanguíneos
O transporte de Sangue Total e Componentes deve obedecer aosrequisitos estabelecidos para a sua conservação durante o armazena-mento, não devendo haver modificação da temperatura.
O Sangue Total e o Concentrado Eritrocitário devem manter a
temperatura entre +2°C e +6°C durante o seu transporte. A v a l i d a ç ã odo sistema de transporte deve assegurar que, no fim de um períodomáximo de 24 horas de transporte, a temperatura não exceda os+ 1 0 ° C .
O Plasma Fresco Congelado e o Crioprecipitado devem manter atemperatura de armazenamento durante o transporte. O hospital querecebe os componentes deve verificar se o produto se mantevecongelado e deve colocá-lo de imediato à temperatura recomendada(-30°C ou abaixo, com validade de 24 meses; -25°C a -30°C, comvalidade de 12 meses; e -18°C a -25°C, com validade de 3 meses).
O Concentrado Plaquetário standard e o Concentrado Unitário dePlaquetas por Aférese devem manter a temperatura o mais aproxi-mado possível da temperatura de conservação de +20°C a +24°Cdurante o seu transporte. O hospital que recebe os componentesdeve transferi-los de imediato para o agitador de plaquetas àtemperatura adequada. Informação para dadores de sangue
Leia com atenção, porque esta informação é muito importantepara a segurança da transfusão de sangue.
Cada pergunta é importante, quer para a sua saúde, quer para asegurança do doente que irá receber o seu sangue. Para a segurança do doente, não dê sangue se:
- Alguma vez utilizou drogas por via endovenosa
- Teve contactos sexuais a troco de dinheiro ou drogas
- Sendo homem, teve contactos sexuais com homens
- Teve contactos sexuais com múltiplos(as) parceiros(as)
- Teve doenças transmitidas sexualmente, Sífilis
receptor crónico de componentes sanguíneos e/ou
- Se tem história familiar da Doença de Creutzfeldt-Jakob
- Se fez tratamento com hormona de crescimento, pituitária ou
- Se fez transplantes de córnea ou dura-máter
Informe o médico se:
- Alguma vez lhe disseram para não dar sangue
- Alguma vez foi convocado para repetição de análises
- Está a tomar algum medicamento , incluindo aspirina
- Já foi medicado com Roaccutan (acne), Neotigason
(psoríase), Proscar (próstata), ou Propécia (queda cabelo)
- Esteve em África ou em regiões onde existe Paludismo /
- Teve icterícia ou em contacto com alguém com Hepatite
- Teve história de Tuberculose, Epilepsia, Diabetes, Asma,
- Sofre de doença cardíaca, angina de peito, arritmia,
- Já teve doenças do sangue, hemorragias ou anemia
- Teve exposição acidental a sangue ou instrumentos com
- Fez vacinas ou tratamentos dentários recentemente
- Teve vómitos ou diarreia nos últimos dias
Se mulher:
Se sofre de alguma doença ou se encontra nalguma situação nãocontemplada nesta folha, comunique igualmente ao médico.
Responda com honestidade a todas as perguntas colocadas durante
Se tiver alguma dúvida, em qualquer fase do processo da dádiva,poderá informar o médico, se pensa que o seu sangue não deveser utilizado para nenhum doente.
Muito obrigado pela sua colaboração. Bem haja. Questionário Médico
Para uniformizar e facilitar a abordagem da história clínica durante oexame médico pré-dádiva, enumeramos um conjunto de perg u n t a sno sentido de salvaguardar a saúde do dador bem como a saúde dor e c e p t o r. Identificação do dador e do seu estado de saúde
Já foi recusado como dador noutro local?
Sofre ou sofreu de alguma das doenças: Consultou o seu médico por: Tem história de: História Obstétrica Risco de transmissão de agentes infecciosos
Utilizadores habituais de drogas inaladas fumadas ou orais
Utilizadores alguma vez na vida, mesmo que ocasionais dedrogas EV
Relações sexuais a troco de dinheiro ou droga
Sendo homem, contactos sexuais com homens
Receptores crónicos de sangue ou hemoderivados
Novo parceiro(a) sexual nos últimos 6 meses
Exposição acidental a sangue ou instrumentos com sangue?
Doença de Creutzfeldt-Jakob
Tem história familiar de Doença de Creutzfeldt-Jakob e variante?
Fez transplante de córnea ou dura-máter?
Fez tratamento com hormona de crescimento, pituitária ougonadotrofina de origem humana?
Infecções recentes ou vacinas
Contacto com doente com doença infecciosa?
Tomou algum destes medicamentos? Lista de Países onde existe Paludismo / Malária
• Afeganistão (risco em algumas estações do ano – Maio a
• África do Sul (todo o ano em zonas de baixa altitude)• Angola (todo o ano em todo o país)• Arábia Saudita (sem risco nas zonas de alta altitude e zonas
• Argélia (risco limitado sem profilaxia)
• Argentina (risco nas zonas rurais de baixa altitude de Outubro
• Arménia (risco em algumas estações do ano - Junho a
• Azerbeijão (risco em algumas estações do ano - Junho a
• Bangladesh (todo o ano em todo o país, excepto Dhaka)• Belize (todo o ano nas zonas rurais, excepto distrito de Belize)• Benin (todo o ano em todo o país)• Birmânia (ou Mayanmar, risco zonas de baixa altitude)• Bolívia (todo o ano nas zonas rurais)• Botswana (risco em algumas estações do ano – Novembro a
• Brasil (todo o ano nas zonas de baixa altitude e zonas rurais da
• Burkina Faso (todo o ano em todo o país)• Burundi (todo o ano em todo o país)• Butão (todo o ano, distritos com fronteira Índia)• Cabo Verde (risco limitado sem profilaxia)
• Cambodja (todo o ano em todo o país)• Egipto (risco limitado sem profilaxia)• Emirados Árabes Unidos (regiões montanhosas dos Emirados
• Eritreia (todo ano em zonas de baixa altitude)• Etiópia (todo ano em zonas de baixa altitude)• Filipinas (apenas em zonas rurais)• Gabão (todo o ano em todo o país)• Gâmbia (todo o ano em todo o país)• Gana (todo o ano em todo o país)• Guatemala (todo o ano em zonas de baixa altitude)• Guiana (todo o ano nas regiões do interior)• Guiana Francesa (todo o ano em todo o país)• Guiné (todo o ano em todo o país)• Guiné-Bissau (todo o ano em todo o país)• Haiti (todo o ano em zonas suburbanas e rurais de baixa altitude) • Honduras (todo o ano nas zonas rurais)• Hong Kong (risco limitado sem profilaxia)• Índia (todo o ano em todo o país)• Indonésia (todo o ano em todo o país excepto Djakarta e zonas
• Iraque (risco em algumas estações do ano, Maio a Novembro)
• Libéria (todo o ano em todo o país)• Líbia (risco limitado sem profilaxia)• Madagascar (todo o ano em todo o país)• Malásia (sem risco em zonas urbanas)• Malawi (todo o ano em todo o país)• Mali (todo o ano em todo o país) • Marrocos (risco limitado sem profilaxia)
• Maurícia (risco limitado sem profilaxia) • México (apenas em zonas rurais)
• Moçambique (todo o ano em todo o país)• Namíbia (risco em algumas estações do ano)• Nepal (todo o ano em zonas rurais)• Nicarágua (todo o ano em zonas rurais)• Niger (todo o ano em todo o país)• Nigéria (todo o ano em todo o país)• Oman (todo o ano em todo o país)
• Panamá (todo ano em zonas rurais)• Papua Nova Guiné (todo o ano em zonas de baixa altitude)• Paquistão (todo o ano em zonas de baixa altitude)• Paraguai (de Outubro a Maio em zonas rurais) • Perú (todo o ano em zonas rurais baixa altitude, sem risco em
• Rep. Árabe Síria (risco em algumas estações do ano)• Rep. Coreia (risco limitado sem profilaxia)
• Rep. Dominicana ( apenas em zonas rurais )• São Tomé e Príncipe (todo o ano em todo o país) • Senegal (todo o ano em todo o país)• Serra Leoa (todo o ano em todo o país)• Somália (todo o ano em todo o país)• Sri Lanka (todo o ano em todo o país salvo alguns distritos)• Sudão (todo o ano em todo país)• Swazilândia (todo o ano em zonas de baixa altitude)• Tadjikistão (risco em algumas estações do ano - Junho a
•.Tailândia (apenas em zonas rurais, sem risco em zonas
• Togo (todo o ano em todo o país)• Turquia (de Março a Novembro em algumas regiões)• Uganda (todo o ano em todo o país)• Vanuatu (todo o ano em todo o país)• Venezuela (todo o ano em zonas rurais)• Vietnam (apenas em zonas rurais)• Yemen (todo o ano mas sobretudo - Setembro a Fevereiro,
• Zâmbia (todo o ano em todo o país)• Zimbabwe (risco em algumas estações do ano)
Referências
1. Regulamento sobre a Transfusão de Sangue –DR, II-série, nº.210,
Despacho 19/91 de 12/9/91, do Ministério da Saúde.
2. Conferência Nacional de Consensos em Medicina Transfusional –
Documento "Alguns Critérios de Selecção de Dadores". Lisboa, 3 e 4de Novembro de 1995.
3. Guide to the preparation, use and quality assurance of blood
Components - Recommendation Nº.R (95) 15, 6th edition, 2000.
4. Technical Manual – American Association of Blood Banks
5. Standards for Blood Banks and Transfusion Services (AABB), 19th
6. Jornal Oficial das Comunidades Europeias – Recomendação do
Conselho 98/463/EC de 29 de Junho de 1998, respeitante àelegibilidade dos dadores de sangue e plasma e ao rastreio dasdádivas de sangue na Comunidade Europeia, editado em 21 deJulho de 1998.
7. Contre-indications medicales au don du sang, 2 ème édition,
8. Critères d´acceptation pour donneurs de sang, de plasma e de
cellules, Service de la Transfusion Sanguine de la Croix-RougeLuxembourgeoise, 8 ème édition, 1996.
9. Guidelines for Blood Grouping and Blood Transfusion
(Haemotherapy), Compiled by the Scientific Advisory Board of the
German Medical Association and the Paul Ehrlich Institute, revisededition 1996.
10. Guidelines for the Blood Transfusion Service in the United
11. International Travel and Health, Vaccination Requirements and
Health Advice, 1999. World Health Organisation (WHO).
12. Manual de Medicina das Viagens 2000, Editor M.R.Buhi, MD,PhD,
Travel Medicine Publishers, Secção Portuguesa.
LYNN WILLIAMS 2800 Hill Street New Smyrna Beach, Fl 32169 (321) 228-7541 EMAIL : [email protected] Millenia Psychiatry & Research F/K/A Ali A. Kashfi, MD, PA Orlando, Fl. 32829 October 2013 – Present (Clinical Research Director) Ali A. Kashfi, MD, PA Orlando, Fl. 32829 June 2011 – October 2013 (Clinical Research Director) Ali A. Kashfi, MD, PA Rating Scales: I hav
I FESTIVAL INTERNACIONAL DE DANCA DE BARRA MANSA Criancas tao pequenas tao comprometidas e tao bem ensaiadas e bem dificil. A ideia e boa e as garotas correspondem totalmente, tornando o bale uma graca. Tudo e apropriado e elas dao um show. Grupo livre infantil - C.D. Rodrigues Hermida - Maria Mulher de Verdade Trabalho revisita o marco Maria, Maria do Grupo Corpo com um toque pop. A proposta j